sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Identidade ... Trailer



Quem é você?

Por: Patrícia Rocco

Em treze perguntas. Para onze pessoas.

Assim nasceu o documentário curta-metragem “Identidade”. Para desvendar o grande mistério de cada um de seus entrevistados que vivem na cidade-luz do Brasil. Cada um com suas verdades, crenças, experiências e visões de mundo... Revelados pelo realismo da lente e desnudos pelas próprias palavras.

“Identidade” tem como proposta mostrar o que cada indivíduo guarda de mais profundo dentro de si, revelando pouco a pouco, a cada gesto, a cada olhar, a sua essência. A tal da identidade.

Pré-estréia nacional: 04/10/2007*.

* II FECUNI - Festival de Curtas Universitário. Entrada Franca.
Dias 3, 4 e 5 de outubro de 2007, 20h.
Auditório Fernando Henrique Cardoso - Universidade Cruzeiro do Sul. Campus Anália Franco, São Paulo.

* IDENTIDADE *

O documentário em curta-metragem IDENTIDADE tem como objetivo mostrar as opiniões subjetivas de pessoas diferentes, que vivem na cidade de São Paulo. Registramos a identidade de cada indivíduo por eles mesmos.

Treze perguntas foram feitas as para 11 pessoas e através das respostas vemos as diferenças e semelhanças de todos. Assim, pudemos mostrar o quão igual nós somos, apesar das diversidades.

Além disso, as pessoas que escolheram aonde e como foram filmadas, para que através do ambiente, pudessemos captar um pouco mais da essência de cada um.



Identidades:

Carlos “Careqa” - Cláudia Nascimento - Cláudia Wonder - Eda Lima Meira - Eduardo José Martins Jr. - “Dudé” - Fuad Miguel - Margareth Bernardinelli Morato - Moshe Pollacseck - Patrícia Rocco - Vitor Mizael - Leidiane Rocha Dias

Trilha Sonora:

"DNA - De Nada Adianta" - André Luís Assef

"Ser Igual é Legal" - Carlos Careqa


Tia Emidia Comunicação





Em breve... IDENTIDADE...

Cada um tem a sua!!!


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Produtora Independente : Fusa Records

Vamos mostrar um pouco do que acontece na cena alternativa, independente, underground, como você preferir... das bandas nacionais que fazem música pela paixão e quem ajuda a movimentar, organizar e defender essa atitude!


Entrevistamos Alex Xavier, de 21 anos que é produtor da Fusa Records.

Por: Tomás Lombardi

Você estuda Alex? Que curso você faz?
R:
Atualmente faço curso técnico em administração de empresas.

O que você faz na produtora Fusa Records?
R:
Produzo bandas, vendo shows, produzo eventos, lanço bandas novas, divulgo meus Cds, estabeleço contato entre outras produtoras/selos, parcerias, propaganda é a alma do negócio!

O que é, o que faz, qual o propósito e seguimento da Fusa Records? Como é ser uma produtora independente?
R:
Nós somos um selo independente, mas independente mesmo, onde todos shows, cds e produções são feitos por nós mesmo, sem muito apoio. A Fusa Records tem uma característica um pouco diferenciada, pois preserva a união, respeito e humildade entre as bandas e nossos produtores, com a relação de amizade mesmo, separando o lado comercial e humano. Musicalmente falando a Fusa Records tem o propósito e finalidade de divulgar e lançar bandas de rock underground, mais fincadas ao Punk Rock, Hardcore, Crossover, mas claro que todas as vertentes são bem vindas.

Como surgiu a Fusa?
R:
A
Fusa Records começou em meados de 2004, na Argentina. Atualmente por lá o pessoal trabalha mais com lojas de cds, distro. Aqui em São Paulo começou um ano depois no interior e agora a filial nossa aqui em São Paulo.

Qual a visão de vocês em relação a internet? Ela ajuda ou atrapalha a cena "alternativa independente"?
R: A
internet ajuda bastante, hoje em dia pra você ter uma noção eu fecho uma participação de uma banda da Alemanha pelo msn/email, o contato ficou melhor, mais curto com pessoas de muito longe, saca? A parte em que acho que atrapalha seria no fato de pessoas (bandas) ficarem muito "acomodadas", ou seja, postam um link em um site, fotolog e acham que todos vão ouvir. Essas coisas ficaram manjadas pelo público, que não dá tanto valor.

Na sua opinião, qual é o futuro da música comercial e “alternativa independente”? Qual sua visão sobre "comercial X idependente"?
R:
Eu acho que o independente ficará cada vez mais exposto, ou seja, cada vez mais as pessoas vão se interessar em conhecer algo novo, uma banda nova porque o "comercial" já saturou, as bandas fazem as mesmas coisas, alucinação geral das músicas repetitivas nas rádios, o povo não é alienado.

Deixe o seu recado... Aproveite...
Tomás valeu pela entrevista, perguntas bem sacadas mesmo! No que depender de nós estamos aqui para andar lado a lado! E a galera que lê o blog, ouçam música independente, conheçam bandas novas é isso... valew...


Equipe Fusa Records

: (011)-8288-0639 (seg. a sexta. das 12 as 21hrs)

www.fusarecords.com (em breve)

www.fotolog.com/fusarecords

www.myspace.com/fusarecs


terça-feira, 25 de setembro de 2007

* Independentes e Alternativas *

MANIFESTO ALIENÓFOGO

Por Virgínia Delfino


Só a Manipulação nos une. Culturalmente. Socialmente. Filosoficamente. Politicamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os egocentrismos, de todos os autoritarismos. De todos os meios de comunicação. De todas as informações veiculadas.

TV, or not TV that is the question.

Contra todas as propagandas. E contra o pai do Globo.
Só me interessa o que vai ser meu. Lei do homem. Lei do manipulador.
Estamos fatigados de todos os repórteres melancólicos suspeitosos postos em foco. Roberto Marinho acabou com os enigmas que habitavam as mentes e com todas as outras informações que não fossem as suas.

O que atropelava a verdade era a imagem, o impermeável entre o mundo na televisão e o mundo real. A reação contra o homem comum. O Jornal Nacional informará.

Foi porque nunca tivemos educação, nem coleções de bons modos. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, periférico e central. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida.

Queremos a Revolução da Comunicação. Maior que o impeachment do Collor. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção com a direção do cidadão. Sem nós a Mídia não teria sequer a quem manipular.

Nunca fomos catequizados. Será? Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos o Lula ir para Brasília. Mas nunca assumimos que o dever de cobrar está em nós. Contra os políticos de direita. Autores dos primeiros furtos, para ganhar comissão. O rei-metalúrgico dissera-lhe: eu vou fazer o que ninguém fez por esse país. Fez-se presidente. Colocou esperança nos olhos dos brasileiros. Foi para o planalto e nos trouxe a desilusão.

Só podemos atender ao mundo capitalista. Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem. Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Alienadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Edições. Roteiros. Edições. Roteiros. Edições.
O instinto Brasileiro. Morte do imparcialismo.

Temos o comunismo. Temos a língua monoteísta.

Plim Plim
Plim Plim
Plim Plim
Plim Plim

A verdade e a vida. Tínhamos a distribuição dos acontecimentos locais e acontecimentos mundiais. E sabíamos confiar nas notícias que iam ao ar.

Perguntei a um homem o que era o Jornalismo. Ele me respondeu que era a garantia do compromisso com a verdade. Esse homem chamava-se Wladimir Herzog.

Só não há “distorcionismo” onde não há interesses. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias dos homens sinceros. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Nassif. Sem Mainardi.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a mesquinharia. E os transfusores de idéias.

Contra as sublimações cômicas. Trazidas nas páginas dos jornais.

Contra a verdade dos povos “cultos”, definida pela sagacidade de um comunicólogo: – É mentira muitas vezes repetida.

Nós tivemos especulação. Mas tínhamos a manipulação. Tínhamos Política que é a ciência da privatização. E um sistema social-salafrário.

As publicações. A fuga dos veículos mentirosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os conservatórios e o tédio telespectador.

Ignorância real das coisas + fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo questionamento para se chegar à idéia de Verdade.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois o repórter divaga. Que temos nós com isso? Antes de Chateaubriand descobrir a TV, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Somos alienados. As opiniões formadas tomam conta, reagem, queimam gente nas opiniões públicas. Suprimamos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros e edições. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

A alegria é a prova dos nove. A luta entre o que se chamaria Emissora e Receptor – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia ideológica, que acaba com o mais alto sentido da criticidade e evita todos os males identificados por eles.

Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados capitais – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra a realidade social, vestida e opressora a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado das Emissoras.

sábado, 22 de setembro de 2007

Tragédia de Ésquilo ganha tom contemporâneo no canto ideológico do Folias

Um dos grupos teatrais de maior expressão do cenário nacional, o Folias comemora 10 anos de vida com ousadia e traz à cena a tragédia grega “ Orestéia”. No espetáculo, a trupe propõe reflexões críticas acerca do modelo de democracia instaurado no mundo ocidental, traça paralelos com a história dos países latino-americanos e do próprio movimento teatral.

Por Patrícia Rocco

Fotos: Joana Mattei



Com reflexões nada ingênuas sobre questões existenciais, políticas e sociais, o grupo Folias chega aos 10 anos e nos brinda com uma proposta que salta aos olhos: “Orestéia – O canto do Bode”.


E foram longe... Escolheram a tragédia de Ésquilo (obra-prima do mundo grego, escrita no século V a.C.) para - numa riquíssima versão do clássico - fazer uma reflexão sobre a criação da democracia (surgimento do Estado grego), sobre como esse modelo influenciou a formação do continente latino-americano e toda a violência que se seguiu borrando de sangue e luto grande parte de nossa história.


Conduzida ironicamente por um simpático palhaço (interpretado pelo excelente ator Dagoberto Feliz) de sorriso doce, expressão amável e olhar melancólico, a montagem surpreende. Ao adentrar o Galpão do Folias, o espectador é surpreendido por um cenário sombrio, com paredes descascadas, restos de cenografia e poucas – por vezes, velhas – cadeiras para sentar. Antes mesmo de a peça começar, surge o primeiro paralelismo simbólico entre a tragédia grega e as tristes condições em que vivem os países latino-americanos e (por que não?) o fazer teatral no Brasil.


Essa salada é apimentada ainda com ingredientes de muita criatividade, originalidade e força cênica. Durante todo o espetáculo, somos convidados a romper os muros da convenção e decifrar as inúmeras metáforas propostas pela inteligente montagem de Marco Antonio Rodrigues e Reinaldo Maia. Tente imaginar Agamêmnon e Palas Atena numa possível referência ao populismo; Clitemnestra e Egisto na encarnação exacerbada da terrível face da tirania e Orestes, a democracia. Soma-se a isso o desafio da leitura às analogias e inserções feitas a todo o instante como a citação da carta testamento de Getúlio Vargas ou mesmo o bizarro radinho de pilhas tocando músicas de Roberto Carlos...


Orestéia é uma crítica ácida às mazelas humanas em muitas esferas de suas manifestações. Neste trabalho, os foliões da rua Ana Cintra destilam uma verborragia cortante e inundam a platéia com indagações sobre o papel do artista na sociedade, o fenômeno midiático da espetacularização das artes, a manipulação da informação e do poder, além da vergonhosa participação e contribuição dos veículos de massa neste processo.


O que não faltam são inserções estéticas e verbais como referência ao período do populismo, às atrocidades cometidas pela ditadura em nome da democracia (anos 50 e 60), à poesia triste da volta dos exilados (anos 70 e 80) e, por fim, o processo de redemocratização. Aqui a promessa política nunca cumprida de um mundo mais justo e do poder mais próximo ao povo (últimas décadas do século XX). E é em meio a esse desfile de fatos caóticos que palhaço-corifeu relembra, brada e emociona ao entoar o grito denunciativo de alguns dos mais tristes acontecimentos da história latino-americana. “Quem poderia negar-me agora o direito de recordar estas verdades? (...) As milhares de vítimas da ditadura Argentina, torturadas e assassinadas pelos generais de plantão em defesa da democracia. (...) A prisão, a tortura e o assassinato de milhares de brasileiros pelo golpe militar de 1964, alegando a defesa da família, da tradição e da propriedade. (...)”. Em outro momento, de olhos semivendados e, em tom debochado, sugere: “Na balança da Justiça, o prato da aprendizagem desce para aqueles que sofreram”.


Impacto Estético – Além da experiência da linguagem dramática muito bem explorada pelos afinados atores, o espectador de Orestéia é surpreendido também pelo impacto estético que a peça propõe. O espaço cênico é surpreendente com elementos cenográficos compostos por aparatos que nos remete ao caos, a escassez de recursos. E, mais uma vez, o tom denunciativo surge em meio à criatividade que permite, por exemplo, a concepção de um narrador que empunha um ventilador e segue em cena borrifando água para mostrar os ventos que levavam as naus de Agamêmnon rumo à Tróia.


Os célebres personagens de Ésquilo são desconstruídos esteticamente e aparecem em cena ora como maltrapilhos guerrilheiros cansados do combate, ora desnudos, ora revitalizados pelos ares revolucionários dos anos 60 em suas roupas à la Hair, ora como nossos contemporâneos de terno e celular em punho.

Mas, a concepção da rainha Clitemnestra, interpretada pelo ator Danilo Grangheia, é, sem sombra de dúvida, a menina dos olhos do espetáculo.

Com um figurino exótico e expressões que transitam entre a elegância, tons monocórdios e gestos exagerados, a monarca rouba a cena em atuação que enche o palco e a alma da platéia.
Os olhos pintados de negro reforçam a idéia do espírito maligno da monarca, destaca a expressão dissimulada e os olhares fulminantes que lança sobre seus subalternos, incluindo aqui os espectadores que ela também tenta seduzir, utilizando-se de excelentes recursos dramáticos, a fim de conquistar apoio em seu julgamento.

A entrega do ator ao personagem e o resultado que consegue com Clitemnestra são dignos de reconhecimento além aplausos.

Durante o julgamento do crime de matricídio cometido por Orestes para vingar a morte do pai Agamêmnon brutalmente assassinado pela esposa traidora, Clitemnestra, o público é envolvido na cena e decide – por meio do voto - o destino de Orestes. A deusa Palas Atena surge como símbolo de Justiça e Sabedoria e toma frente do tribunal, instituindo assim a democracia. Mas, surpreendentemente, o resultado do julgamento é idêntico ao da obra original, não dependendo da contagem dos votos. E aqui está o pulo do gato! Nesta encenação a opinião popular é o que menos importa, já que a decisão está sempre nas mãos divinas dos poderosos.


Alguma semelhança com Brasil de ontem ou de hoje?


Com este brilhante espetáculo, o Folias nos leva a inúmeras e ricas leituras. Uma dessas possibilidades está na reflexão sobre o papel da tão cultuada democracia e de que forma ela violenta seus cidadãos. Violência moral, intelectual, material, física. De que forma contribui para a manutenção da desigualdade e da contradição num país que abriga taxistas engenheiros e prostitutas diplomadas?


Entre tantos questionamentos propostos, a peça nos presenteia também com momentos de pura beleza poética. A velha canção de Noel Rosa nos toma de assalto quando o simpático palhaço-narrador toca sua sanfona e, com lágrimas aos olhos, cantarola a letra de “Pierrô Apaixonado”. A troca de cenário ao som de “Fim”, do poeta português Mario de Sá-Carneiro, é igualmente tocante e forte.


Após três horas e meia diante de uma verdadeira obra de arte teatral, vem a escuridão. Com ela o silêncio e o instante do aplauso. E nós permanecemos ali. Atônitos.

Orestéia é a celebração da arte exercida em sua máxima potência. Teatro de discussão política e do aprendizado de como resistir no sonho “sem ceder à sedução de uma vantagem”.

Transformador. Imperdível!

Elenco: Atílio Beline Vaz, Bira Nogueira, Bruna Bressani, Carlos Francisco, Dagoberto Feliz, Danilo Grangheia, Flávio Tolezani, Gisele Valeri, Nani de Oliveira, Paloma Galasso, Patrícia Barros e Zeca Rodrigues

Orestéia – O Canto do Bode
** Em cartaz no Galpão do Folias **
R. Ana Cintra, 213 – Santa Cecília – ao lado da estação Sta. Cecília do metrô.
Tel. (11) 3361-2223

5as. e 6as. às 20hs – R$ 10,00 - promocional
Sáb. às 20h e dom. às 19h - R$ 30,00censura 14 anos, 70 lugares, 190 minutos (com intervalo de 10 min.)Até 04/11

Cena 1